Como tudo começou - versão de Elias

Falarei para vocês dos dias em que as cores entraram em minha vida.
Vivia num mundo de rabiscos preto, cinza e branco, história em quadrinhos, pedaços de madeiras que eu esculpia, e pinturas em telas.
Tá bom, já sei o que vocês vão pensar: "na maioria das telas se usa cores". Mas eu digo pra vocês, as cores que Juliana trouxe consigo foram o que um pintor italiano, chamado Carlotti, disse. Ele  definiu a beleza… disse ser "o somatório de todas as partes a trabalharem em conjunto de tal forma que nada necessite ser acrescentado, retirado ou alterado…".
Essas foram as cores que enxerguei em Juliana.
No casamento de meu amigo Thiago eu a conheci com um vestido florido, meio sem graça por sua amiga ter dito que eu seria o baterista da banda dos sonhos dela (tipo aquelas coisas da MTV).
Esse foi o nosso primeiro contato.
Daí depois de alguns dias Marco menciona pra mim que iria chamar Juliana pra cantar com ele na banda.
Aí eu disse: -"Quem?"
Na verdade eu não lembrava pelo nome. Aí ele me disse: -" É aquela menina que tava tocando violão no casamento de Thiago."
"-Eita, massa véi."
Chega o dia do ensaio e ela entra pela porta do estúdio.
Foi a partir desse momento que eu comecei a vê-la de uma forma diferente e ao passar das músicas, de vê-la cantando, a admirava mais ainda. Rindo alto...bem-humorada, descontraída...
Até que Marco soube da história, da minha queda por Juliana e começou a fazer a ponte.
Passado alguns meses fui pedi-la em namoro, mas ela não quis.
Aí, tá massa.
Só que no dia do aniversário dela eu escrevi na rua da casa dela e isso fez tudo mudar.
Eu tava sem muito dinheiro e tive a grande ideia de comprar um saco de 8 quilos de cal e fazer o "vandalismo" durante a madrugada na frente da casa dela. Foi uma forma de mostrar pra ela que eu queria dar um presente naquela data tão especial.
Observação: eu pintei um dia antes do aniversário dela só que veio uma chuva rápida e apagou tudo porque a tinta estava fresca.
Então lá íamos de novo de madrugada empurrando o Polo da garagem do pai de Marco (para ele não acordar com o barulho do motor) e fazer novamente o "vandalismo."
Só que na mensagem eu escrevi: " O MÊS DA XULIS. TODOS OS DIAS SÃO SEUS. ELIAS"
Daí foram só mais alguns dias e a gente já tava namorando.
Benditos 8 quilos de cal.
Me deram o maior presente...
Juju.

(por Elias Tavares)